O aguardado retorno do Honda CR-V ao Brasil está prestes a se tornar realidade, e o SUV traz algumas surpresas empolgantes. Na sua sexta geração, o novo CR-V estreia no mercado europeu com uma inovação notável – uma motorização híbrida plug-in denominada e:PHEV. Claramente o Honda CR-V 2024 aterrissará no Brasil em 2024, provavelmente com a versão e:HEV.
Ambas as versões compartilham o motor 2.0 de quatro cilindros, trabalhando em ciclo Atkinson para aprimorar a eficiência e produzindo 148 cv de potência e 19 kgfm de torque. Os números combinados permanecem os mesmos para ambas as configurações, atingindo 184 cv e 33,5 kgfm de torque. No CR-V híbrido plug-in, há um motor elétrico complementar desempenhando um papel fundamental na propulsão do veículo.
A versão e:HEV possui uma bateria com capacidade de 1,1 kWh, enquanto sua contraparte plug-in ostenta baterias maiores, com 17,7 kWh. Essa diferença se reflete diretamente no consumo combinado. A versão híbrida convencional atinge impressionantes 16,9 km/l em condições mistas de cidade e estrada, enquanto o plug-in surpreende com notáveis 125 km/l nas mesmas circunstâncias.
Com 4,71 metros de comprimento, o novo CR-V cresceu 10,5 centímetros em relação ao seu antecessor. Além disso, houve um acréscimo de 3,8 cm na distância entre-eixos e 1 cm em largura. Embora tenha diminuído 1,4 cm na altura, essa mudança tem sido uma tendência comum nos novos modelos, visando aprimorar a aerodinâmica e reduzir o consumo de combustível.
O aumento nas dimensões externas se traduz em um interior mais espaçoso. O CR-V é conhecido por sua generosidade, especialmente na segunda fileira de assentos, que é ajustável para frente e para trás em um trilho deslizante, permitindo até que passageiros altos viajem confortavelmente.
Os assentos, por sua vez, oferecem um alto nível de conforto, embora os encostos de cabeça traseiros não sejam ajustáveis em altura. O túnel central é baixo, garantindo liberdade de movimento e espaço para os pés. Os passageiros também desfrutarão de saídas de ventilação, embora sem a opção de controle de temperatura. Além disso, o ângulo de abertura das portas facilita o acesso e a instalação de cadeirinhas de bebê.
A capacidade do porta-malas do CR-V aumentou 99 litros em relação à geração anterior, atingindo um total de 587 litros. Na versão PHEV, o espaço é ainda mais amplo, graças a um compartimento subterrâneo dedicado ao armazenamento dos cabos de carregamento da bateria, proporcionando mais 72 litros de espaço.
O CR-V mantém as características distintas da Honda em seu interior: um design horizontal, construção sólida e materiais de alta qualidade. As superfícies são suaves, especialmente nas partes superiores das portas, e as saídas de ventilação são decoradas com grelhas de padrão hexagonal.
A central multimídia e o painel de instrumentos digital apresentam telas de 9 e 10,2 polegadas, respectivamente. No entanto, os gráficos do sistema nativo são um pouco datados, mas há boas notícias: o sistema oferece suporte para Android Auto e Apple CarPlay, permitindo uma integração perfeita com smartphones. As versões mais bem equipadas ainda oferecem um head-up display.
O controle da ventilação continua a ser feito por botões giratórios, que são fáceis de usar. A principal diferença em relação ao ZR-V está no console entre os bancos dianteiros, que é mais amplo.
Ao dirigir o CR-V e:HEV, o foco recai no conforto, independentemente do modo de direção selecionado (Sport, Normal, Eco e Neve). Surpreendentemente, há pouca diferença perceptível entre os modos Sport e Normal, seja na direção, seja na resposta do motor.
No modo Eco, você notará que o acelerador parece mais comedido, mas isso pode ser facilmente corrigido aplicando mais pressão no pedal do acelerador. A potência máxima é consistente em todos os modos, de acordo com a Honda. Entretanto, no caso da versão híbrida plug-in, você notará mais variações de desempenho devido aos amortecedores eletrônicos variáveis.
O desempenho das versões híbridas é adequado devido à prontidão instantânea do motor elétrico. O CR-V não encontra dificuldades significativas nas retomadas na estrada, mesmo com uma aceleração de 0 a 100 km/h em aproximadamente 9,4 segundos. A velocidade máxima atinge 187 km/h.
A versão plug-in do CR-V, devido ao peso adicional de 170 kg em comparação com a versão e:HEV, leva quase meio segundo a mais para atingir 100 km/h. Esse peso extra tem um impacto perceptível na estabilidade devido à localização da bateria, montada no centro do veículo. O volante da versão plug-in também transmite uma sensação de direção mais comunicativa.
A versão plug-in oferece um modo extra de condução, conhecido como Tow/Reboque, permitindo o transporte de cargas de até 1.500 kg, o dobro da capacidade da versão e:HEV. Nesse modo, o motor 1.5 do CR-V aproveita rotações mais altas.
O próprio CR-V híbrido decide qual modo de direção usar (combustão, híbrido ou puramente elétrico). Entretanto, no caso da versão plug-in, é possível selecionar entre os modos híbrido, elétrico, regeneração e economia de energia, com a restrição de não usar o modo elétrico quando o modo Sport está ativado.
Diferentemente de outros veículos híbridos, o CR-V não oferece a funcionalidade de dirigir com um único pedal, conhecida como One Pedal Drive. Isso significa que para frear, o motorista precisará pressionar o pedal de freio central, como em qualquer outro veículo a combustão. No entanto, os freios respondem rapidamente e têm um curso adequado.
Durante um trajeto rodoviário de 40 km com o CR-V e:HEV, o computador de bordo registrou um consumo de combustível de 12,9 km/l, considerando que a aceleração foi mais vigorosa do que o habitual durante o teste. Para a versão plug-in, é possível percorrer 80 km apenas no modo elétrico, o que é notável dada a capacidade da bateria. Em condições mais exigentes, o CR-V e:HEV alcançou impressionantes 30,3 km/l.
No mercado português, o CR-V é um pouco mais caro do que seu principal concorrente, o Toyota RAV4, seja na versão híbrida ou na plug-in. No entanto, é importante considerar que, ao chegar ao Brasil, o CR-V provavelmente terá um preço mais elevado devido ao “H” estilizado da marca, o que poderá situá-lo na faixa de R$ 350.000 a R$ 400.000.
No entanto, com seu desempenho equilibrado e as expectativas altas em relação à nova geração, o Honda CR-V promete ser uma opção atraente no mercado de SUVs. Agora, aguardamos com ansiedade a sua chegada às concessionárias brasileiras.